Estudo do CIEAM mostra que um dos destaques do segundo semestre da Zona Franca de Manaus (ZFM) será uma alta na demanda no setor de duas rodas, com aumento de mais de 30% no faturamento do segmento

Com um crescimento expressivo, o setor se destaca pela antecipação da produção, que foi ajustada para o período anterior à seca, prevista para ocorrer em outubro e novembro

 Estratégia proativa não só mitiga possíveis dificuldades logísticas, mas também reflete a crescente demanda por motos e bicicletas, impulsionada por tendências de mobilidade urbana e consumo consciente.

 O desempenho favorável dos setores chave da indústria e a recuperação contínua da produção reforçam o otimismo para o fechamento do ano.

O ano de 2024 prometia ser de crescimento para o setor de duas rodas, com projeção da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) de comercialização de 1,83 milhão de motos zero-quilômetro até dezembro, um acréscimo de 16% na comparação com o ano anterior. Tal previsão vem se concretizando, e uma prova disso é que o faturamento do setor de duas rodas cresceu 31,38% em relação ao mesmo período de julho de 2023, segundo um estudo divulgado pelo CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas).

Segundo a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares), o mercado de motos estava se preparando para um crescimento robusto em 2024, com índices de produção e vendas que não eram vistos há mais de uma década. Esse cenário otimista no Brasil complementa os resultados positivos observados no Amazonas, onde o polo industrial de Manaus desempenha um papel essencial na cadeia de produção de bicicletas, motocicletas e componentes para esses produtos.

O setor de duas rodas tem se destacado por sua significativa expansão, com a produção sendo antecipada para antes do período da seca, que já teve início e deve se estender durante outubro e novembro. Essa abordagem proativa não apenas ajuda a minimizar eventuais desafios logísticos, mas também responde à crescente demanda por motocicletas e bicicletas, impulsionada por novas tendências de mobilidade urbana e uma maior consciência do consumo.

"Estamos testemunhando um renascimento no setor de duas rodas, que tem se mostrado vital para a economia do Amazonas. A antecipação da produção é uma estratégia inteligente que garante que nossas indústrias estejam prontas para atender à demanda crescente, especialmente em tempos de incerteza climática. E essa tendência em direção a formas de mobilidade mais sustentáveis é uma realidade que que estamos observando e apoiando", afirma Luiz Augusto Rocha, presidente do concelho do CIEAM.

Os números do avanço do setor de duas rodas no país fazem parte do PEA (Painel Econômico do Amazonas), levantamento realizado pelo CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), com informações relevantes sobre a atividade da ZFM (Zona Franca de Manaus), disponibilizadas por várias fontes.

Crescimento econômico da Zona Franca de Manaus

O cenário econômico do Amazonas também registrou um aumento expressivo na atividade industrial em julho de 2024, de acordo com os dados do Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR-AM), divulgado pelo Banco Central. O painel da economia amazonense apresentou um crescimento significativo de 5,42% em relação ao mês anterior, e 5,65% comparado ao mesmo período de 2023. Esses números reforçam a recuperação econômica do estado, principalmente na indústria de transformação, que apresentou uma alta de 13,05% no mesmo mês.

Empregos e perspectivas

O nível de empregos formais no Amazonas também atingiu um novo recorde, com 541 mil postos registrados em julho, representando um acréscimo de 4.720 empregos em relação ao mês anterior. O setor de serviços profissionais foi o principal responsável pela criação de novos postos, com destaque para a estabilidade no setor industrial.

O painel da economia amazonense continua a acompanhar esses números, que indicam um possível pico da atividade econômica em 2024. O desempenho favorável dos setores chave da indústria e a recuperação contínua da produção reforçam o otimismo para o fechamento do ano.

Sobre o PEA

O Painel Econômico do Amazonas é uma análise da conjuntura econômica do Amazonas elaborada mensalmente pelo CIEAM com base em informações públicas de instituições como IBGE, Suframa, ComexStat e Abraciclo, além de utilizar dados oficiais do Ministério do Trabalho e Emprego. O principal dado disponível para análise é o IBCR-AM, número-índice publicado mensalmente pelo Banco Central como versão regionalizada do IBC-Br, a estimativa mensal do PIB brasileiro. O Banco Central compõe o IBCR-AM pelos resultados das pesquisas mensais efetuadas pelo IBGE, incluindo os principais setores da economia: Indústria, Comércio, Serviços e Agropecuária.

Sobre o CIEAM

O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) é uma entidade empresarial com personalidade jurídica, ligada ao setor industrial, que tem por objetivo atuar de maneira técnica e política em defesa de seus associados e dos princípios da economia baseada na Zona Franca de Manaus (ZFM).  Implementada pelo governo federal em 1967, com o objetivo de viabilizar uma base econômica no Amazonas e promover melhor integração produtiva e social entre todas as regiões do Brasil, a Zona Franca de Manaus é um modelo de desenvolvimento regional bem-sucedido que devolve aos cofres públicos mais da metade da riqueza que produz. Atualmente, são 600 empresas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), que geram mais de 500 mil empregos, diretos e indiretos, e garantem a preservação de 97% da cobertura florestal do Amazonas. Em 2023, movimentou mais de 172,6 bilhões.